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Bolsonaro contraria o próprio gabinete ao insistir em fraude em 2018


(Imagem: Socialismo Criativo)

Por Tainã Gomes de Matos, Socialismo Criativo


As declarações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre supostas fraudes no resultado das eleições de 2018 e sobre a implantação do voto impresso auditável no Brasil resultaram na busca por provas sobre a veracidade dessas afirmações. Em resposta a um pedido de acesso à informação, o gabinete pessoal do chefe do Executivo federal informou não ter nenhum documento oficial que comprove as insinuações feitas mais de uma vez pelo mandatário.


A própria assessoria do presidente contrariou as declarações feitas por ele sobre a lisura do processo eleitoral no Brasil. Bolsonaro já chegou a afirmar que teria ganhado a disputa ainda no 1º turno nas eleições de 2018. O presidente afirmou, mais de uma vez, ter provas de que teria conquistado mais votos do que o informado pelo Tribunal Superior Eleitoral na última eleição presidencial.


Bolsonaro insiste em fraude eleitoral em 2018


Bolsonaro voltou a afirmar que teria prova das supostas fraudes no mesmo dia em que o próprio gabinete publicou a resposta afirmando não existir nenhuma evidência deste fato, na última sexta-feira (25).


“Eu tenho provas [de fraudes] de eleições para Presidência, e eu vou apresentar, mas pode ter [fraude] em votos para senador, para governador. Se [os hackers] entraram nos computadores da Nasa, do TSE, nos bancos…”, afirmou o mandatário em evento em Chapecó (SC), onde no dia seguinte realizou uma “motociata”.


Ainda na última sexta-feira, o presidente afirmou ter já acertado com o ministro da economia Paulo Guedes a destinação de R$ 2 bilhões para uma futura implantação do voto impresso auditável no Brasil. O projeto causa polêmica e já está tramitando na Câmara dos Deputados.


O corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Luís Felipe Salomão, no dia 21 de junho, deu 15 dias para que Bolsonaro apresente as provas que diz ter sobre a suposta fraude no sistema eletrônico de votação nas eleições de 2018. O magistrado, que integra o TSE , listou seis declarações do presidente sobre irregularidades na contabilização dos votos. O prazo vence no próximo dia 6 de julho.

Freixo critica defesa de voto impresso por Bolsonaro

O líder da minoria na Câmara, Marcelo Freixo (PSB-RJ), vem criticando o voto impresso e lembrou que o sistema eletrônico de votação já é auditável. O socialista já tweetou diversas vezes sobre o assunto e no dia 3 de junho postou um vídeo em suas redes sociais onde se mostra contra a medida.

“Tem uma polêmica hoje, colocada no Brasil, se o voto da urna eletrônica é seguro, se não é seguro, se tem que ser auditado, se não tem que ser auditado, se tem que ter voto impresso. A urna eletrônica elegeu Fernando Henrique Cardoso duas vezes, elegeu Lula duas vezes, elegeu Dilma duas vezes e elegeu Bolsonaro. A mesma urna eletrônica. Então, uma urna eletrônica que elegeu candidatos de vertentes políticas completamente distintas.” Marcelo Freixo

Na opinião de Freixo, a exigência do voto impresso é pano de fundo para justificar a possível derrota nas eleições do ano que vem.


“O Bolsonaro diz o seguinte: ‘no Brasil, se não tiver voto impresso vai ser pior que nos Estados Unidos’, ou seja, Bolsonaro, Bia Kicis [deputado federal bolsonarista] e essa tropa fanática, que está lá na República brasileira, eles querem o argumento do voto impresso para dar golpe, para justificar a derrota que eles vão ter, é isso que eles estão fazendo”, disse no vídeo.


Voto impresso e auditável

No último sábado (26), presidentes de 11 partidos se reuniram virtualmente e se posicionaram publicamente a favor do sistema atual de votação, pela urna eletrônica, e contra a proposta do voto impresso auditável que tramita na Câmara dos Deputados. As siglas reúnem 326 deputados, o equivalente a 63,54% da Câmara.


Veja a lista de presentes:


ACM Neto (DEM); Baleia Rossi (MDB); Bruno Araújo (PSDB); Ciro Nogueira (PP); Gilberto Kassab (PSD); Luciano Bivar (PSL); Luis Tibé (Avante); Marcos Pereira (Republicanos); Paulo Pereira da Silva (Solidariedade); Roberto Freire (Cidadania); Valdemar Costa Neto (PL).

Barroso é contrário as mudanças no sistema

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, afirmou também no sábado (26), em uma live com o grupo Prerrogativas, que o voto impresso criará insegurança nas eleições.


Para ele, a mudança o sistema vai dificultar a contagem os votos devido ao grande número de cédulas existentes durante uma eleição no Brasil.


“Vão pedir recontagem. Vai dar defasagem entre os votos. Não tem como não dar com esse volume de votos. Vão questionar e judicializar com pedido de fraude. Na recontagem, vai sumir voto, aparecer voto. Isso tudo vai diminuir a segurança”, disse. Com informações do Brasil de Fato



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