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Contextos sociais da evasão escolar


(Imagem: Socialismo Criativo)

Socialismo Criativo Juventude em Movimento é a coluna quinzenal e exclusiva para o site Socialismo Criativo assinada por Juliene Silva (PSB-RJ) . Militante do Partido Socialista Brasileiro (PSB), ajuda, desde os 16 anos a construir um país melhor, mais igualitário e com mais respeito e liberdade.


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Boa leitura!

Contextos sociais da evasão escolar

Durante a pandemia, as dualidades do sistema educacional brasileiro, especificamente o abismo entre sistema público e privado, ficaram ainda piores. Enquanto os alunos do ensino particular mantêm uma estrutura, mesmo que mínima, para a continuidade de seu ensino a distância, os de escola pública, em maioria, enfrentam a falta de conexão virtual, insegurança alimentar, renda familiar comprometida e falta de espaço físico para estudos como empecilhos de sua continuidade.


Nesse cenário, os índices de evasão educacional duplicaram de 2019 para 2020, segundo pesquisa do Datafolha, aproximadamente 4 milhões de estudantes entre 6 e 34 anos deixaram as aulas.


Estamos falando de um país em que mais de 50% da população está inserida em algum grau de insegurança alimentar, com cerca de 14 milhões de desempregados, a maioria negros, e por consequência nesses contextos há questões consideradas mais emergenciais, como a garantia da alimentação, do que a continuidade dos estudos.


O grande ponto disso, é que durante a pandemia se consolidou o entendimento de que a falta de estrutura para o ensino remoto era uma grande excludente, e de fato era. Porém, agora que o país trabalha o retorno presencial é preciso compreender que existem mais nuances nisso, que esbarram principalmente no estímulo para permanência nas instituições de ensino e na necessidade de obter renda.


Engana-se quem pensa que ao voltar às atividades presenciais essas pessoas retornarão ao ambiente educacional. Não foi apenas a falta de conexão com a internet que ensejou o aumento da evasão escolar, mas o complexo de vários problemas que não desaparecem com o retorno presencial.


Dito isso, se não houver um processo de busca ativa e políticas públicas intersetorizadas que garantam o retorno dos estudantes, corremos o sério risco de reduzir drasticamente o nível de escolaridade do país. O que não é apenas um problema individual de cada um que deixou a escola, mas, de forma coletiva, significa a redução do poder econômico do brasileiro, o aumento na concentração de renda e a amplificação das desigualdades sociais.

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