
Por Vitoria Carvalho, Socialismo Criativo
O Brasil ultrapassou a triste marca de 400 mil mortes por Covid-19 desde o início da pandemia. Nesta quinta-feira (29) o país registrou 3.074 mortes em 24 horas e totalizou 401.417 óbitos. Dirigentes, gestores e parlamentares do Partido Socialista Brasileiro (PSB) reagiram ao número assombroso de brasileiros e brasileiras vítimas do coronavírus e do descaso do governo de Jair Bolsonaro (sem partido), que desde o início da crise desdenha da gravidade da situação.
Socialistas reagem à marca macabra
O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, comentou que os números mostram a dor das famílias brasileiras. ‘Negacionismo e necropolítica ilustram a imagem do país no exterior por obra do governo federal”, escreveu nas redes sociais.
O presidente do PSB-DF, Rodrigo Dias, também se solidarizou com as vítimas e com todos que perderam pessoas queridas para o vírus.
"O coronavirus atingiu e gerou perdas incontáveis no mundo inteiro, porém, sabemos muito bem porque ele tem sido uma verdadeira tragédia devastadora no Brasil: negacionismo, investimento em medicamentos sem eficácia, morosidade e o total desleixo do governo federal na gestão da pandemia. Nossos sentimentos a todas as vítimas e familiares. Estaremos atentos para que essas mortes não sejam impunes", comentou Dias.
Média de mortos por Covid-19 nos últimos 7 dias
A média móvel de mortes no Brasil nos últimos 7 dias chegou a 2.523. Em comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de -12%, indicando tendência de estabilidade nos óbitos decorrentes do vírus. Isso ocorre após 6 dias seguidos com indicativo de queda.
Os números estão no novo levantamento do consórcio de veículos de imprensa sobre a situação da pandemia de coronavírus no Brasil, consolidados às 20h desta quinta. O balanço é feito a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde.
Já são 99 dias seguidos no Brasil com a média móvel de mortes acima da marca de mil; o país completa agora 44 dias com essa média acima dos 2 mil mortos por dia.
Sexta (23): 2.514
Sábado (24): 2.531
Domingo (25): 2.498
Segunda (26): 2.451
Terça (27): 2.399
Quarta (28): 2.379
Quinta (29): 2.523
Covid-19 nos estados e no Distrito Federal
Em alta (1 estado): PE
Em estabilidade (16 estados): AC, AL, AM, BA, CE, ES, GO, MG, MS, PA, PR, RJ, RN, SE, SC e SP
Em queda (9 estados e o Distrito Federal): AP, DF, MA, MT, PB, PI, RO, RR, RS e TO
Vacinação lenta e vacina em falta
Balanço da vacinação contra Covid-19 desta quinta-feira (29) aponta que 31.208.111 pessoas já receberam a primeira dose de vacina, segundo dados divulgados até as 20h. O número representa 14,74% da população brasileira.
A segunda dose já foi aplicada em 15.132.178 pessoas (7,15% da população do país) em todos os estados e no Distrito Federal.
No total, 46.340.289 doses foram aplicadas em todo o país.
Com a falta da vacina CoronaVac em cidades de pelo menos 18 estados do país, especialistas temem pelo risco de atraso na aplicação da segunda dose. Além de romper o esquema de vacinação, isso poderia impulsionar o surgimento de mutações, dizem cientistas.
A segunda dose, ou D2, da CoronaVac deve ser aplicada entre 21 e 28 dias após a primeira. No entanto, diversos municípios suspenderam a aplicação da D2 esta semana, entre eles oito capitais: Aracaju, Campo Grande, Florianópolis, Macapá, Maceió, Natal, Porto Alegre e Porto Velho.
O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse na quarta, durante entrevista coletiva, que não há problema em tomar a vacina após esse prazo. ‘’Mesmo que tome 15 dias, 20 dias ou um mês após a data prevista não há interferência no esquema vacinal. O importante é que tomem a segunda dose’’, afirmou.
Essa posição, no entanto, não é referendada por especialistas. Entre eles, o virologista e professor da Faculdade de Medicina em São José do Rio Preto Maurício Nogueira.
‘’Ninguém sabe. O que podemos dizer, em termos de imunologia, é que uma ou duas semanas não deve ser problema. A partir daí ninguém sabe porque não testamos. Pode não ter impacto nenhum. Pode ser que tenha um impacto enorme, e tenhamos que reiniciar o esquema.” Maurício Nogueira, Faculdade de Medicina em São José do Rio Preto
Além do risco de ter que reiniciar o esquema vacinal, desperdiçando doses aplicadas, imunizar parcialmente uma parte da população também pode ser problemático. ‘’O primeiro risco é ter uma proteção inadequada. O outro é que, quando a primeira dose é aplicada, há uma pressão imunológica sobre o vírus, mas não tem a defesa completa. Como o vírus está sempre mutando, você pode promover a evolução dele’’, explica Denise Garrett, epidemiologista e vice-presidente do Instituto de Vacinas Sabin, dos EUA.
Com informações do G1
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