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Eric Adams, que foi de menor infrator a policial, é eleito prefeito de Nova York

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(Imagem: Socialismo Criativo)

Em uma noite de eleições regionais marcada por derrotas amargas para aliados do presidente Joe Biden, Nova York escolheu o democrata Eric Adams, um ex-policial da ala centrista do partido, como seu novo prefeito, na última quarta-feira (4). Ele será o segundo homem negro a comandar a maior cidade dos EUA.


Na disputa contra o republicano Curtis Sliwa — hoje um dos poucos nomes no partido que não apoia o ex-presidente Donald Trump — Adams obteve cerca de 66,5% dos votos, de acordo com os resultados preliminares. As agências de notícias, contudo, projetaram sua vitória pouco mais de dez minutos depois do fechamento das urnas, confirmando o domínio do Partido Democrata na cidade desde 2013.


Adams substituirá na prefeitura Bill de Blasio, da ala esquerda do Partido Democrata, que termina seu segundo mandato e ficou conhecido no Brasil pelas críticas públicas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido).


Nascido em uma área pobre do Brooklyn, Adams se envolveu com uma gangue na adolescência, e chegou a ser detido aos 15 anos, acusado de roubar uma TV e dinheiro com o irmão. Na delegacia, foi agredido pelos policiais e desenvolveu transtorno de estresse pós-traumático após o incidente — contudo, acabou decidindo se juntar à polícia de Nova York anos depois, em parte incentivado por um pastor local. Ao longo de 22 anos na corporação, fez duras críticas a medidas vistas como discriminatórias, mesmo indo contra a posição de seus superiores.


Em 2006, deixou a polícia e entrou para a política, sendo eleito para o Senado estadual de Nova York. Sete anos depois, em 2013, foi eleito administrador do Brooklyn, uma das cinco regiões de Nova York, justamente aquela onde nasceu.


Antes da eleição desta terça-feira, Adams enfrentou as duras primárias democratas, que tiveram, pela primeira vez, um sistema de votação por ranqueamento, com os eleitores escolhendo até cinco candidatos nas cédulas, um modelo visto como favorável a nomes mais centristas, como o novo prefeito.


Logo nos primeiros movimentos de campanha, elese colocou como o candidato da lei e da ordem, prometendo ações concretas para combater a violência armada, que deu um salto no último ano, e defendendo o fortalecimento da polícia. Ao mesmo tempo, seus críticos afirmavam que isso levaria ao retorno de práticas como o perfilamento racial e as revistas aleatórias, conhecidas em inglês como “stop-and-frisk”, que eram apontadas como racistas.

Adams ainda se apresentava como o candidato da classe trabalhadora, citando seu passado pobre no Brooklyn e no Queens, o que lhe deu vantagem entre eleitores negros e latinos — ao mesmo tempo, suas posições mais ao centro lhe garantiram sua vitória nas primárias, em julho, e, nesta terça-feira, na eleição principal. O novo prefeito venceu em quatro das cinco regiões da cidade, sendo derrotado apenas em Staten Island, área que não vota em um nome do Partido Democrata desde Ed Koch, em 1985.

Vitórias e derrotas

A cerca de 300 km de Nova York, os eleitores confirmaram um outro resultado histórico: a eleição de Michelle Wu como a nova prefeita de Boston — ela é a primeira pessoa de origem asiática a comandar a cidade, e vai suceder a interina Kim Janey, a primeira mulher negra a comandar a prefeitura local.


Filha de imigrantes taiwaneses, Michelle Wu concorreu com uma plataforma à esquerda, incluindo a proposta para um sistema de transportes sem a cobrança de tarifa, ampliar o acesso das famílias a serviços de saúde e construir um sistema de segurança com a ajuda das comunidades. A seu lado tinha o apoio de nomes de peso da ala progressista do Partido Democrata, como a deputada Ayanna Pressley e a senadora Elizabeth Warren.

Salários em bitcoin

Eric Adams afirmou que vai receber em bitcoins os três primeiros salários no cargo. O político afirmou que a medida visa fortalecer a intenção de transformar a cidade no “centro da indústria de criptomoedas”.


A informação foi publicada no Twitter, em resposta ao prefeito de Miami, Francis Suarez, que também declarou que pretende ser pago com a criptomoeda. Conforme o porta-voz da campanha de Adams, Evan Thies, o novo prefeito vai converter o pagamento, já que a cidade ainda não tem um mecanismo para emitir salários em qualquer outra moeda que não seja o dólar americano.


Bitcoin é uma moeda virtual, baseada na web e não é administrada por nenhum banco central. Milhares de computadores no mundo são responsáveis por validar transações e adicionar novos bitcoins ao sistema.


Conforme o site Politico, a moeda criptografada ainda enfrenta grandes obstáculos como ferramenta para pagamentos do dia-a-dia por conta da tributação e das leis trabalhistas federais. Não há definição também de quem controlaria a carteira digital que a cidade precisaria criar para pagar o prefeito.


Em outubro, o bitcoin atingiu um novo recorde de alta, com os investidores aplaudindo o lançamento do primeiro fundo da criptomoeda negociado em Bolsa. A moeda digital subiu 3,9%, chegando a US$ 66.398,25, de acordo com a Coin Metrics.


Com informações do jornal O Globo

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