O grande aumento de investidores brasileiros em criptomoedas no último ano acende o alerta para golpes e a importância da segurança para os ativos digitais. A avaliação é da diretora de desenvolvimento da Hashdex, Roberta Antunes. Em entrevista à CNN, ela diz que a melhor opção para quem quer se aventurar no mercado de moedas virtuais são os fundos de investimentos regulados por gestoras autorizadas.
A especialista chama atenção para eventuais golpes e ensina como se previnir. “Nunca acredite em promessas milagrosas. Retorno garantido é uma falácia. Quem está apostando nessa tecnologia do futuro está comprando um investimento de longo prazo e deve atrelar o investimento a uma gestora de segurança”, alerta.
Roberta destaca que o mercado de criptoativos não sofre as mesmas interferências dos mercados financeiros tradicionais e, por isso, investidores precisam estar cientes do risco dessa modalidade. “Em criptoativo, o que está por trás é o blockchain, e ele se valoriza conforme essa tecnologia vai ganhando relevância e adoção”, explica Roberta.
Para ela, o blockchain é uma tecnologia com potencial revolucionário na sociedade e investir em criptomoedas, omo bitcoin e Etherum, é uma forma de participar disso.
“Acredito de verdade que blockchain é uma tecnologia que vai impactar o mundo da mesma maneira que a internet impactou na década de 1990”, diz. “Como qualquer início de tecnologia, é muito difícil apostar quem são os grandes vencedores.” Roberta Antunes
“Hoje o bitcoin, que é a moeda mais antiga, é a mais valorizada, mas tem outras criptos surgindo diariamente. Hoje, há mais de 10 mil criptoativos e o desafio é exatamente selecionar quais valem a pena ou não”, explicou Roberta.
Blockchain e transação das chamadas criptomoedas
O termo Blockchain surgiu do encontro do universo da tecnologia com o das finanças e ganhou a atenção do mundo há poucos anos. E, justamente por ser um assunto novo, um pouco complexo e que envolve dinheiro, ele acaba gerando muitas dúvidas.
De forma resumida, blockchain é um sistema que permite rastrear o envio e recebimento de alguns tipos de informação pela internet. São pedaços de código gerados online que carregam informações conectadas, como blocos de dados que formam uma corrente, daí o nome.
É esse sistema que permite o funcionamento e transação das chamadas criptomoedas, ou moedas digitais.
Como surgiu a blockchain?
O conceito do blockchain surgiu em 2008 no artigo acadêmico Bitcoin: um sistema financeiro eletrônico peer-to-peer, de autoria de Satoshi Nakamoto (pseudônimo do suposto criador do bitcoin).
Neste material, a blockchain é definida como “uma rede que marca o tempo das transações, colocando-as em uma cadeia contínua no ‘hash’, formando um registro que não pode ser alterado sem refazer todo o trabalho.”
Basicamente, a tecnologia surgiu para que o bitcoin pudesse existir, mas as possibilidades de uso vão muito além das criptomoedas.
Blockchain é a mesma coisa que bitcoin?
Não. Blockchain é a tecnologia que possibilitou a criação da bitcoin e de outras criptomoedas, como Ether e Litecoin, mas ela pode ser usada para diversas outras aplicações.
Blockchain é uma cadeia de blocos onde cada um contém um arquivo e um hash, o que garante que as informações desse bloco de dados não foram violadas.
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Todo bloco criado contém sua hash e a do bloco anterior, criando uma conexão entre os blocos. É dessa ligação que surge o nome blockchain (corrente de blocos, em português).
Basicamente, a blockchain funciona assim:
Maria quer enviar um ativo digital (uma criptomoeda, um contrato ou um arquivo digital) para João;
O ativo é representado online como um bloco onde os detalhes estão armazenados;
O bloco é distribuído pela rede e cada máquina fica com uma cópia da transação em tempo real;
A rede verifica se o ativo é válido em questão de minutos;
Se aprovado, o bloco é adicionado a uma corrente de blocos e ganha um registro permanente na rede. Isso significa que ele não pode ser alterado;
A propriedade do ativo, que era de Maria, agora fica registrada na rede como sendo de João.
Toda essa movimentação é validada pela rede, mas ninguém sabe quem está fazendo a transação. Essa informação é protegida por um código formado por letras e números muito difícil de ser descoberto.
Quais as principais criptomoedas?
Desde 2009, quando o Bitcoin introduziu o mundo à tecnologia blockchain, milhares de criptomoedas surgiram utilizando o mesmo sistema de criptografia e validação. Atualmente, existem mais de 4 mil criptomoedas diferentes em circulação, segundo a consultoria especializada CoinMarketCap.
Vale ressaltar que muitas destas moedas são populares apenas entre grupos específicos de apoiadores e têm pouco ou nenhum valor de compra ou investimento. Veja quais são as 10 principais.
1. Bitcoin (BTC)
2. Ethereum (ETH)
3. Binance Coin (BNB)
4. Ripple (XRP)
5. Dogecoin (DOGE)
6. Tether (USDT)
7. Cardano (ADA)
8. Polkadot (DOT)
9. Litecoin (LTC)
10. Bitcoin Cash (BCH)
Com informações da CNN Brasil, Nubank e Warrem Blog
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