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Fake news e eleições: O descaso das redes no Brasil

Se o Brasil já vivia assolado na onda de desinformação promovida, especialmente, pelo bolsonarismo, com a proximidade das eleições as fake news se multiplicam a cada dia. Enquanto isso, as big techs não dão demonstrações de que atuem para ao menos minimizar o problema.


Reportagem da Folha mostra que as principais plataformas ignoram questionamentos importantes sobre as ações que poderiam ajudar a combater a desinformação, como o silêncio a respeito das equipes de moderação em português.


Meta, TikTok, Twitter, Kwai e YouTube simplesmente se negam a revelar se houve investimentos em inteligência artificial e reforço nas equipes voltados para o nosso idioma. Questionados pela reportagem, deram respostas vagas que indicam que a força dos algoritmos – e o engajamento que extremismos e mensagens mentirosas geram – continuam a pesar mais nas decisões das plataformas.


E como as redes sociais fazem “grana”?

A maneira mais comum das redes sociais gerarem receita é vendendo anúncios e impulsionando contas e publicações. Aqueles textos e imagens indicados como “promovidos” no Twitter, por exemplo, aparecem para mais usuários conforme a quantia paga pelo anunciante.


Essa é a principal fonte de renda para a plataforma: gerou US$ 1,41 bilhões do total de US$ 1,57 bilhões obtidos no último trimestre, o que equivale a 90% da receita da rede.


A publicidade é, claro, personalizada. A ideia é que propagandas de hambúrgueres não apareçam para pessoas vegetarianas, ou que vestidos de formatura para mulheres aposentadas. À medida que você fornece dados, faz parte de determinados grupos ou curte e compartilha certos conteúdos nas redes sociais, o algoritmo sabe quais interesses você pode ter, o que pode comprar e se faz ou não parte do público-alvo de um anunciante.



Plataformas ignoram Poder Público

Mas não são apenas jornalistas e veículos de comunicação que são ignorados pelas gigantes. O Ministério Público foi tratado com o mesmo descaso e recebeu apenas vagas com alegações que não condizem, muitas vezes, com os questionamentos que foram feitos.

O Telegram sequer se deu ao trabalho de responder. Postura muito semelhante a que foi adotada pela plataforma diante das autoridades brasileiras até suspensa do país pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.



Discurso de ódio e violência de gênero, além de postagens com mentiras sobre urnas eletrônicas, fraudes na votação e a escalada golpista de Jair Bolsonaro (PL) estão entre o tipo de conteúdo que deveria ser acompanhado de perto.


“As empresas estão fazendo um trabalho tradicionalmente do Judiciário, decidindo na prática o que deve ser mantido ou não. É uma atividade muito importante e precisa de muito mais transparência do que estão ofertando “, afirmou à Folha Yasmin Curzi, pesquisadora do Centro de Tecnologia e Sociedade da FGV Direito Rio.



O mesmo acontece mundo afora com pressões para explicar como é feita a regulação de conteúdo publicado nas redes.


À Folha, Frances Haugen, ex-funcionária do Facebook responsável pela área de integridade cívica da plataforma, disse que a empresa aloca seus recursos de segurança nos países onde teme ser regulamentada.


Ela foi a responsável por revelar, em 2021, os documentos que ficaram conhecidos como Facebook Papers, que mostram, entre outros, que 87% do orçamento global da empresa para classificação de desinformação era para os EUA.

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