O governador do Maranhão Flávio Dino (PSB) fez duras críticas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em sua conta do Twitter, na manhã desta quarta-feira (1º). De acordo com ele, sobram “passeios de moto, de jet ski, de cavalos; cercadinhos e lives; delírios golpistas e liberticidas”.
Para o governador socialista, no entanto, “gestão administrativa e rotina de trabalho? Zero. O resultado é uma enorme crise de energia com racionamento ditado por tarifaço. Síntese da época de trevas simbólicas e literais”.
Crise energética e militares
A coluna do Broadcast, do Estadão, apontou nesta terça-feira (31), que Bolsonaro colocou militares em pelo menos 24 posições estratégicas do setor de energia. A reportagem lembra que além do próprio ministro das Minas e Energia, general Bento Albuquerque, há mais oficiais nas lideranças de MME, Itaipu, Petrobras, bem como na superintendência da Agência Nacional de Petróleo (ANP).
A avaliação de especialistas, de acordo com o jornal, é que com o agravamento da crise energética, os alertas à população deveriam estar sendo feitos de forma mais contundente e as discussões sobre um eventual racionamento precisariam estar sendo aprofundadas neste momento.
Bento Albuquerque, por exemplo, queria ter falado sobre o agravamento da crise hídrica em cadeia nacional de rádio e TV na semana passada. A iniciativa teria sido vetada pelo presidente. Diante da persistente piora no nível dos reservatórios, o pronunciamento foi veiculado nesta terça.
Bolsonaro também deixou o ministro numa saia-justa no debate sobre o pagamento de taxas pelos donos de painéis solares. Embora os técnicos fossem favoráveis à cobrança, Bolsonaro interditou o debate, ao se colocar contra o que chamava de “taxar o sol”. Um projeto de lei sobre o assunto foi aprovado há poucas semanas na Câmara, sob uma articulação bastante discreta e liderada pela equipe do MME. O texto ainda precisa passar pelo Senado.
Crise adiada
A crise, para os especialistas, não foi causada pelo comando militar. O setor vive sob ameaça há quase uma década – e o colapso só não aconteceu por crises econômicas sucessivas. Porém, quem convive com as reviravoltas da área há anos diz que o aparelhamento das instituições de acordo com interesses do governo da vez, em detrimento de uma política de Estado, é um movimento que reforça a fragilidade institucional à qual estatais e órgãos públicos de controle estão submetidos. Procurado, o MME não se pronunciou.
Com informações do Estadão
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