Por Socialismo Criativo
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação, explodiu em julho e atingiu 0,96%, a maior variação para um mês de julho desde 2002, quando o índice foi de 1,19%.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA acumula alta de 4,76% em 2021 e, nos últimos 12 meses, de 8,99%, acima dos 8,35% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.
De nove grupos pesquisados, oito apresentaram alta em julho. O principal foi no ítem habitação, que reúne as despesas domésticas, com alta de 3,1%, puxado principalmente pela bandeira vermelha da energia elétrica, que elevou em 7,88% as contas de luz.
Ainda em Habitação, os preços do gás de botijão (4,17%) e do gás encanado (0,48%) também subiram.
A segunda maior alta foi no grupo dos transportes – de 1,52% no mês -, puxado principalmente pela alta das passagens aéreas (35,22%), dos aplicativos (9,31%) e do ônibus urbano (0,38%).
O preço dos combustíveis também continuam em aumento recorrente, com alta de 1,24% no mês. A gasolina teve alta de 1,55%, enquanto havia subido 0,69% no mês anterior.
Em 12 meses, a taxa acumulada até julho vai muito além do teto da meta oficial para este ano — inflação de 3,75%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
“O mês de julho teve muita influência de energia, combustíveis, monitorados e alimentos. Foi uma alta com várias causas”, explicou o analista da pesquisa, André Filipe Guedes Almeida.
“A alta de combustíveis e energia pesou muito no orçamento das famílias ao longo dos últimos meses, além da alta das carnes de mais de 34%. São os principais motivos para a trajetória (da inflação em 12 meses“, completou.
Os resultados ficaram em linha com as expectativas em pesquisa da Reuters de altas de 0,94% na comparação mensal e 8,98% na base anual.
“Além dos reajustes nos preços das tarifas em algumas áreas de abrangência do índice, a gente teve o reajuste de 52% no valor adicional da bandeira tarifária vermelha patamar 2 em todo o país”, destacou Almeida.
Diante das pressões inflacionárias, na semana passada, o BC subiu a dose do aperto monetário ao adotar uma alta de 1 ponto percentual na Selic, a 5,5% ao ano, já indicando outro aumento de igual magnitude na próxima reunião do colegiado, em setembro.
Nesta terça, em ata desse encontro, o BC indicou que apertos seguidos e sem interrupção nos juros básicos são necessários para levar a taxa Selic para patamar acima do neutro, para que assim as projeções de inflação fiquem na meta.
De acordo com indicações do próprio BC, a taxa neutra estaria por volta de 6,5%. A autoridade monetária ainda reiterou sua visão sobre a continuidade da pressão sobre bens industriais, mencionando a possível elevação do adicional da bandeira tarifária e os novos aumentos nos preços de alimentos.
Com informações do Brasil 247
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