Por Socialismo Criativo
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) gastou nada menos do que R$ 711.795,63 para inaugurar, em maio, uma ponte, com apenas 18 metros de comprimento, em São Gabriel da Cachoeira, interior do Amazonas. O valor equivale a quase o triplo do que foi utilizado pelo governo federal para a construção da obra: R$ 255.174,38.
Os números foram informados pela própria presidência da República e pelo Ministério da Defesa, depois de solicitados pelo deputado federal Elias Vaz (PSB-GO), conforme a coluna de Ancelmo Gois, em O Globo.
A quantia foi assim dividida: R$ 609.584,34 com o deslocamento terrestre da comitiva presidencial, R$ 50.924,47 com diárias, R$ 50.544,30 com cartão corporativo e R$ 742,52 com telefonia. O governo omitiu o gasto com passagens aéreas, o que elevará ainda mais a conta.
O Ministério da Defesa afirmou que a obra, cuja localização é a Terra Indígena (TI) Balaio, teve custo de R$ 255.174,38, tendo sido feita pela 21ª Companhia de Engenharia de Construção.
“O presidente gasta três vezes mais que o custo da ponte para fazer a inauguração. Isso mostra o despreparo de um governo que não se preocupa com o gasto de dinheiro público. É muita incompetência! E fere o princípio de economicidade”, apontou o socialista Vaz.
Por conta do desequilíbrio de gastos, Vaz anunciou que irá acionar o Tribunal de Contas da União (TCU) sobre o caso. “O presidente Bolsonaro fez um evento para inaugurar uma ponte de madeira no Amazonas. Acontece que a inauguração custou três vezes mais que a ponte. Isso fere diretamente o princípio da economicidade, artigo 70 da Constituição”, disse o parlamentar goiano.
O valor gasto daria para construir quase três pontes como a que foi inaugurada e corta o Igarapé Rodrigo e Cibele. Parte da BR-307, uma rodovia federal de terra que corta a cidade até próximo da fronteira com a Colômbia e a Venezuela, a ponte tem 18 metros de comprimento e 6 metros de largura. A ponte já existia, e R$69 mil do total de R$255 mil foi destinado para recuperar a antiga estrutura. A obra foi feita pelo Exército brasileiro.
Com informações do Congresso em Foco
Comments