top of page

PSB-DF nas Eleições 2022: Mariana Moura, na luta pela defesa dos animais

Jaqueline Nunes

(Imagem: Reprodução/Internet)

O PSB-DF promove, ao longo do mês de agosto, uma série de entrevistas com futuros pré-candidatos das eleições de 2022 e outras lideranças políticas para divulgar o trabalho e a luta deste grupo comprometido com a cidade e com a população do DF.


Nesta sexta-feira (6), a entrevistada é a acadêmica de direito Mariana Moura. Ela é militante do Movimento Popular Socialista (MPS) e defende seu segmento como o mais importante e o mais à esquerda dentro do Partido Socialista Brasileiro. Admiradora do trabalho desenvolvido por Acilino Ribeiro, secretário nacional do MPS, que a convidou para se filiar na legenda, ela explica que decidiu disputar uma vaga na Câmara Legislativa do DF para lutar institucionalmente pelas suas causas, mas que isso só foi possível graças à formação política oferecida pelo segmento "Isso é o que lhe proporcionará a conscientização e a luta pela participação".



Defensora do direito dos animais, ela sabe que sua caminhada não será fácil. Mas, afirma que não busca reconhecimento pessoal "não quero ser importante, quero ser útil".



- Quais momentos de sua vida foram mais determinantes para que ingressasse em um partido político e em que momento decidiu ser candidata (o)?

Mariana: Eu sempre fui muito ativa na defesa de causas populares, mas sem partidariza-las. Ou seja: militante socialmente com outros ativistas sociais, mas sem estar filiada a qualquer partido. Aos poucos fui percebendo que a luta popular, ou seja, nas ruas só era uma conquista quando institucionalizada, aprovada ou no Congresso Nacional ou nas Assembléias Legislativas e Câmara de Vereadores. Percebi isso em dois momentos. Primeiro quando entrei na Faculdade de Direito e comecei a estudar e conviver na universidade com vários colegas militantes. E em segundo lugar quando fui trabalhar no GDF e participei de diversas reuniões e assessorei um dos mais importantes secretários do GDF que era o Acilino Ribeiro, subsecretário de Movimentos Sociais e Participação Popular. A partir daí participei de todas as negociações e da solução dos problemas das ruas que eram levados para o governo e lá resolvidos. Quanto a candidatura isso foi um processo, primeiro fazendo os cursos de formação política do PSB realizados pelo MPS sob a coordenação do Acilino que, na minha opinião, é um dos principais quadros políticos nacionais do PSB. Foi a convite dele me filiei ao PSB e passei a militar no Movimento Popular Socialista, para mim, o principal segmento do partido e o mais a esquerda. Obtendo essa conscientização num processo de formação acho que atingi um grau de maturidade política que me permitiu concluir que: como já tinha participado da luta de massa, nas ruas e nas redes; tinha me tornado um quadro partidário e, dentro da luta popular, construído uma liderança em defesa de várias causas sociais e populares, era chegado o momento de uma candidatura para lutar institucionalmente e torná-las realidade.


- Hoje você diria que sua principal pauta é?

Mariana: Tenho várias pautas de luta. Porém foco de uma forma mais contundente numa, que é a causa da defesa dos animais pois é onde mais me identifico. Já existem milhares e milhares de políticos que defendem outros tipos de pautas, mas esta eu particularmente nunca vi nenhum político defender, pois ela não dá voto e nem torna as pessoas importantes por defendê-las. E como não quero ser importante, quero ser útil, faço dessa causa a minha causa. Ser útil àqueles animais indefesos que se encontram dentro do sistema capitalista não apenas sofrendo maltrato, mas também sendo mercantilizados e tal como o tráfico de humanos sofrendo pelo tráfico de animais, comercializados de forma desumana, sem qualquer proteção. Como hoje luto nas ruas para proteger os animais amanhã quero fazer muitas leis de proteção animal. Não deixarei de lutar pelos humanos, mas minha prioridade é a proteção animal. Muitos deles são mais sensíveis que muitos humanos. Acho até que alguns são mais humanos do que foram alguns pseudo-humanos que se transformaram em monstros e nem sequer tem a sensibilidade animal, de uma cobra cascavel ou de um tubarão com fome, são monstros mesmos, como Hitler, Bolsonaro e outros criminosos que ficaram no lixo da história. Por outro lado, além da pauta animal como ativista faço militância apoiando a defesa do Meio Ambiente, dos Direitos Humanos, da causa Feminista e movimento LGBTQI+, dentre outras.


- Como você tem se preparado para as eleições? Acha que as novas regras eleitorais que passam a valer no próximo ano ajudam ou atrapalham os candidatos?

Mariana: O Brasil não está precisando só de uma pequena reforma eleitoral, mas de uma Reforma Política, Partidária e Eleitoral. Esta com ampla participação popular, ouvindo-se o povo. É preciso mudar o sistema político. Sou favorável ao parlamentarismo com um semi-presidencialimo numa mistura de como funciona na Suíça, Portugal e França. Um sistema hibrido. Quanto a parte que diz respeito a reforma partidária temos que acabar com estas siglas de aluguel, onde vivemos um verdadeiro festival de troca de partido de quem dar mais do Fundo Eleitoral. Os partidos tem que ser mais ideológicos e sem qualquer característica fisiológica. Os partidos não podem aceitar políticos fisiológicos. E no que diz respeito a reforma eleitoral o ideal é o sistema misto-hibrido tal como alguns países. Com dois tipos de eleições: o proporcional, onde se fortalece os partidos e é como o atual sistema; o distrital, onde se fortalece as comunidades locais, porem ampliando-se aí através de um aumento substancial o número de vagas das minorias e de gêneros, como mulheres, LGBTs, índios, negros e outros setores sociais como garantindo vagas para estes nos números de cadeiras nos parlamentos municipais, estaduais e federal. Mas não só no Legislativo, nos executivos também. Se o candidato a presidente ou governador e prefeito for de um sexo o vice ser do outro incluindo-se aí o LGBT também que advém dos dois sexos. É preciso ampliar a democracia. Por isso, também sou favorável à Federação de Partidos ou as coligações partidárias, a Fidelidade Partidária, aos Mandatos Coletivos e a construção do Poder Popular para a institucionalização da Democracia Direta.


- Em sua opinião quais principais desafios que a sua região enfrenta?

Mariana: Falta de segurança, apoio ao esporte e cultura e regularização fundiária. Dentre outros desafios


- O PSB tem atuado com destaque como grande opositor do governador Ibaneis, inclusive com ações judiciais contra o chefe do Executivo e o GDF. Por outro lado, o governador, se justifica afirmando que seu mandato foi interrompido pela pandemia e diz que "não deve nada". Em sua opinião, quais foram/são os principais erros de Ibaneis durante a gestão da pandemia?

Mariana: Em primeiro lugar a completa falta de transparência com a coisa pública, o que gera a corrupção que estamos vendo. Se tivéssemos institucionalizado um programa de participação popular e de controle social, com ampla participação dos sindicatos de trabalhadores, associações comunitárias, entidades feministas, de saúde, educação, ambientais e demais organizações populares as corrupção se não exista pelo menos era menor ou poderíamos combate-la com mais eficácia. Ou seja falta transparência na gestão. Brasília precisa de um choque de gestão.


- Além da Saúde, que outros problemas identifica na gestão atual?

Mariana: Além da saúde, que é um problema estrutural, mas também conjuntural, como já disse é uma gestão sem transparência administrativa e, portanto, necessitando de um Programa de Participação Popular e Controle Social, além de uma reforma institucional que diminua os gastos com custeio para aplicar em investimento e para isso é necessário também uma reformas administrativa e institucional assim como até mesmo uma reforma territorial no DF, reestruturando territorialmente as administrações regionais. Isso requer um Plano de Governo Democrático, que o atual governo não teve, não tem e nem terá. Estou preparando diretrizes para um Plano de Mandato caso seja candidata a deputada e nele constam esses pontos. Os companheiros e companheiras do MPS estão começando a debater isso.


- Qual sua avaliação do governo Bolsonaro até o momento?

Mariana: O pior governo da história do Brasil. Só os governos militares foram iguais a esse. Um governo corrupto, homofóbico, xenófobo, terrorista e genocida. Bolsonaro não pode ficar impune e não pode continuar governando o país senão chegaremos a mais de um milhão de mortos se isso acontecer. É um governo pró imperialista, antipatriótico, entregou todas as nossas empresas e reservas naturais ao imperialismo e é submisso aos interesses dos EUA. Não montou um ministério, mas uma quadrilha que governa protegido por milícias e sob proteção dos órgãos de Inteligência, comprometendo a segurança pública e a segurança nacional. Bolsonaro é um despreparado, se não for preso deveria no mínimo ser internado.


- O DF elegeu Bolsonaro com 70% de votos em 2018. Acha que essa tendência de voto na direita se mantém em 2022? Como atingir, estando em um partido de esquerda, esse eleitorado mais "conservador"?

Mariana: Historicamente o Distrito Federal tem tido 30% do eleitorado de Esquerda e Centro Esquerda, 30% de Direita e Centro Direita, 30% de indecisos que só decidem na última semana por não terem muita informação, enquanto 10% não querem nem saber de direita ou de esquerda muito menos de centro e anulam o voto. Esses 30% do eleitorado indeciso e que decide na última semana e que considero despolitizado sofre influência de ambos os lados, direita e esquerda e, dependendo de quem esteja no governo, tende a votar na oposição ao governador de plantão e no presidente da República. Mas para isso vários são os fatores que contribuem. Bolsonaro teve 70 por cento de voto dado a criminalização do PT e dos movimentos populares por vários anos, e a falta de uma opção séria e coerente. O antipetismo era forte naquele momento, mas com a descoberta dos crimes dos moros, dalhanhois, do próprio Bolsonaro e das milícias, além da política genocida do bolsonarismo, isso hoje está praticamente virado. Ele não repetirá essa façanha mesmo Brasília sendo uma cidade onde o funcionalismo militar seja enorme, mas não o suficiente para obter maioria. Pode até ser que o candidato dele ao Buriti vá para o segundo turno mas por méritos próprios com a ajuda do eleitorado bolsonarista, mas não por ser bolsonarista. Candidato que acredito estará no segundo turno em Brasília será o candidato que tiver o apoio de Lula. O lulismo é maior que o petismo e Lula é maior que o PT e qualquer outra figura política do país. Além de tudo, hoje a luta é por democracia e isso está levando o país a se unir em torno da esquerda e da centro-esquerda que estão retomando as ruas e se mostrando vanguarda da luta pelas liberdades democráticas no país. É preciso combater o fascismo com todas as forças. Por isso também defendemos a organização e o fortalecimento de uma Frente Ampla e de Unidade Popular, unindo partidos políticos e movimentos sociais.


- Qual mensagem você deixaria para conscientizar as pessoas da importância do voto consciente e da participação política?

Mariana: Em primeiro lugar que é preciso participar politicamente. Que tal como eu, mesmo que por algum tempo não tenha sido filiada ou não se filie a qualquer partido participe das lutas populares. Abrace uma causa, de defesa dos direitos humanos, dos direitos dos animais como fiz. Da proteção do meio Ambiente. Da luta pela Paz Mundial. Contra a Intolerância Religiosa. Na defesa dos LGBTs; melhores condições de trabalho no seu emprego. Enfim, existem diversas formas de luta. Isso lhe da também um motivo para viver. O ser humano tem que ter um objetivo de vida e na vida. Eu vivo para defender os animais, outros para defender isso ou aquilo. Grandes sonhos você realiza grandes objetivos. Se você sonha pequeno você também realiza de forma menos o seu sonho. O importante é sonhar e lutar por seus sonhos. Por isso, que defendo um projeto de Participação Popular institucionalizado, mas só vamos conseguir se formos as ruas lutar por ele. E aproveito para conclamar a quem quer participar politicamente que venha para o PSB, se filie e venha militar em um dos segmentos sociais existentes. Tem o MPS, que coordena a luta comunitária, ambiental, cultural, esportiva, dos sem terras, sem tetos, população de rua e mais de dez núcleos de base por setor, e temos ainda os outros segmentos sociais como a juventude, negritude, sindical, mulheres, LGBT e o PSB Inclusão, que nos permitirão ir as ruas lutar ombro a ombro e superar esse momento difícil da história política do Brasil. E ao mesmo tempo aproveitar o momento histórico pelo qual passa o PSB que é o da Autorreforma. E que mais importante que a carreira política é o trabalho político, por isso estamos aqui e agora, lutando para resgatar a história do PSB e fazê-lo um partido de quadros e de massa. Nas ruas e nas redes, como aprendi nos cursos de formação política do MPS. Por isso reforço a necessidade da formação política de cada um. Isso é o que lhe proporcionará a conscientização e a luta pela participação.


Você pode acompanhar o trabalho desenvolvido por Mariana Moura por meio de suas redes sociais:


Instagram: @marianamoura981 Facebook: /Mariana-Moura


186 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments


bottom of page