
O PSB apresentou uma ação de improbidade contra o ministro da Economia Paulo Guedes e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, no Ministério Público Federal, nesta segunda-feira (4). Em parceria com outros partidos de oposição, o pedido de investigação foi apresentado após revelação de offshores que Guedes e Campos Neto possuem em paraísos fiscais.
As informações foram disponibilizadas no âmbito do Pandora Papers, projeto do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), formado por mais de 600 repórteres de 151 veículos em 117 países e territórios, trata-se da maior colaboração jornalística da história. São mais de cinco décadas de registros de documentos confidenciais de 14 escritórios de advocacia que permitem reconstruir quem, onde e para que foram criadas essas estruturas que permitem a abertura de empresas em países como Panamá, Ilhas Virgens Britânicas e Bahamas.
Segundo os documentos, Guedes criou a Dreadnoughts International Group em 2014, nas Ilhas Virgens Britânicas. Naquele ano, ele possuía pelo menos 8 milhões de dólares investidos na companhia, registrada em seu nome e nos de sua mulher, Maria Cristina Bolívar Drumond Guedes, e filha, Paula Drumond Guedes. Esse número subiu para 9,5 milhões de dólares no ano seguinte, segundo os documentos.
O líder da Oposição na Câmara, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), acredita que Guedes deve ser demitido de seu posto diante da gravidade das revelações.
“É um caso gravíssimo. A conduta do ministro Paulo Guedes viola frontalmente o artigo 5º do Código de Conduta da Alta Administração Federal e, por isso, já deveria ter levado à demissão do ministro. Nós da Oposição entramos com requerimento de convocação do ministro Paulo Guedes, para que ele venha à Câmara dos Deputados tentar se explicar. E demos entrada também numa representação no Ministério Público Federal por improbidade administrativa contra o ministro Paulo Guedes e o presidente do Banco Central.”
Além da ação de improbidade, o PSB protocolou um pedido de convocação para que Guedes e Campos Neto prestem esclarecimentos ao plenário da Câmara dos Deputados sobre as denúncias.
O Pandora Papers investigou milhões de documentos de paraísos fiscais em todo o mundo. No Brasil, participaram da apuração a Agência Pública, revista Piauí e os sites do Poder360 e Metrópoles.
Os documentos apresentados ao MPF são assinados pelos líderes dos seguintes partidos de Oposição na Câmara:
Alessandro Molon (PSB-RJ), líder da Oposição; Marcelo Freixo (PSB-RJ), líder da Minoria; Bohn Gass (PT-RS), líder do PT; Danilo Cabral (PSB-PE), líder do PSB; Wolney Queiroz (PDT-PE), líder do PDT; Talíria Petrone (PSOL-RJ), líder do PSOL; Renildo Calheiros (PCdoB-PE), líder do PCdoB; Joenia Wapichana (Rede-RR), líder da Rede; Arlindo Chignalia (PT-SP), líder da Minoria no Congresso Nacional; Henrique Fontana (PT-RS), vice-líder da Minoria no Congresso Nacional.
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