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Quando você vive? Fim da escala 6x1

Por Thaís Teodoro


Nas últimas semanas, muito se tem discutido sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) apresentada pela deputada Érika Hilton, que visa extinguir a escala de trabalho 6x1, com seis dias trabalhados e um dia de folga. A proposta sugere que o limite de horas semanais de trabalho seja reduzido de 44 para 36 horas, mantendo-se a jornada diária de oito horas e sem alteração salarial.

A petição do movimento "Vida Além do Trabalho" reforça que é amplamente reconhecido que a jornada de trabalho no Brasil frequentemente ultrapassa limites razoáveis. A escala 6x1, em particular, é apontada como uma das principais responsáveis pela exaustão física e mental dos trabalhadores. A carga excessiva imposta por essa jornada compromete a saúde, o bem-estar e as relações familiares, impactando negativamente a qualidade de vida dos empregados.

Quando se pensa na realidade das mulheres brasileiras, que muitas vezes além do trabalho remunerado ainda acumulam a responsabilidade do trabalho doméstico e do cuidado com filhos e familiares, a jornada 6x1 parece ser uma imposição sobre-humana. Não há espaço para descanso.

O trabalho tem nos sufocado, roubando-nos nossa humanidade, o tempo essencial para cuidar de nós mesmos e de nossas relações. Não temos tempo para nutrir a convivência familiar, para fortalecer laços de amizade, para cuidar do nosso corpo, preparar nossa própria comida, ou mesmo para cultivar nosso intelecto. Não há espaço para consumir cultura, para ir ao médico, para dormir.


Diante de tanta sobrecarga, surge a pergunta: quando, afinal, podemos realmente viver?




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